Como a chuva que mancha
A janela, nesse fim de tarde
Transparecem meus desejos
Por sua chegada.
Disseram do nosso futuro?
Não sabem como cuidamos o agora.
A vida quando traça uma fita,
cresce, carrega, se encarga
Da surpresa (nem sempre boa)
E nos deixa extasiados.
O tapete da sala ainda exala
o sabor do perfume dissolvido
em suor de nossos corpos em alarde.
Enquanto o tempo joga perguntas
em minha face: - Será o beijo dos bailes,
Mais seguro que seus braços?
se fosse, a chama das estrelas
Cessaria em qualquer estado.
Não se preocupe com as palavras
dos autos-falantes da noite.
Eles cantam alto seus sons trêmulos e vazios
Mas não chegam em algum lugar.
Talvez pelo pobre interesse
De ver a desgraça.
As mulheres livres são boas
Mas não trazem carinhos singelos
Nem palavras bobas
Nem perguntas calmas
Nem infantis sorrisos
E humanos amassos.
Nos juntamos feito
Barbante e casaco,
Das tramas das historias
Pisoteadas no mundo falso.
Como fazem aqueles
Que se cansam
Dos fins de tardes
Sentados sozinhos
Na beira do lago.