8 de abril de 2011

Simultâneo


Na janela a minha frente
há um monumento,
um belo monumento
um estrondoso monumento!

As vezes sinto medo
dos olhos que comparam
o grandioso espetáculo das aves
em todo fim de tarde,
a todo fechar de olhos.

Nos quadros da sala
há uma linha e a vida
que empurra e bate a porta
a cada passo, em busca
do tempo que observa
as escolhas da gente
sobre sonhos e rangidos
de cada amanhecer.

Sentimento é pedra,
a eterna repetição das cores
e a comparação da dor.

Neste momento,
o mundo é a coisa
mais insignificante a mim
entre estes escombros
desse filmes passados.

Toda história é verdadeira
e vem como um sopro
em nossos ouvidos
tentando abrir nossos olhos,
afastar o silêncio
dar sons às coisas.

Esta noite faço versos de luz
que me questionam,
enquanto vejo no espelho
minha imagem servida
em pedaços ao diabo.

Clayton Pires