20 de maio de 2012

Domingo


uma palavra que não se expresse.
é o que pede hoje garçom, cansado
hoje é domingo dos sinais.
lhos fatigados de luzes coloridas
gritos de esperanças, de músicas, de distrações
hoje, sem café expresso, um dia
acordar pisando diferente
do que diferem as noticias do jornal semanal:

o governo prepara a muralha.
a sociedade está em perigo.

o corpo, a mente, o povo se cansa.
alguns se encarregam à bandeira ordinária
dessa patriarca dança desesperada,
pois hoje é domingo família unida.
sortudos sacrificam semanas para isso
fim de semana filhos na casa dos namorados
meio ano e meio um acidente fatal cortou na lua um ciclo
ciclo de luta em meio. Paira hoje dia de que?
dirá, dia de domingo de choramingo meu amigo.
nuvens, futebol, novelas, papos de segunda-feira.

jornal expresso começa o trabalho
e garçom tem folga para afinal de contas
pagar as contas atrasadas
para fugir meu costume banal de semana o de sempre
Um café expresso jornal fechar a conta
fechar a conta meu amigo
de apreços e de luta. Meu parceiro matinal. Hoje
uma palavra nova cheia, uma palavra menos tédio, fatiada
uma palavra agora passa, uma palavra parceira, meu amigo.
tudo bem, vai ser tudo bem amanhã.

Clayton Pires