31 de julho de 2018

BLEFE


Pegue uma mão

não pense que sei
muita coisa. É somente
um jogo onde saber
é o maior perigo

pense comigo, um straigh
pode ser a solução
pega as moedas, segue
outro caminho
(Street, talvez?)

a vida é um doce e a outra
língua é um som que dirijo
como um garoto dirige -escondido-

vai jogar?
melhor que esteja sozinho
pode, talvez vir um flush
a mão é única, escolhe
questão de segundos
move as mãos: não.

Ohana te chama
lembra que tudo apenas
diversão, river flop draw
um nome, apenas um nome
Beatriz
             swings
                          Local

Sleep times

Moça (Won you)


Ainda não sei
tua presença
abre ou fecha
a ferida -qcoisa-

perdi de mim
a única coisa que presta
se era poeta eu
versos bonitos
bem tecidos -ritmo-

hoje já não sei
se falas por ti
se falas por mim
é que a coisa é tanta
quanto mais tu plantas

bate bate daí
bate aqui. Eu considero
Um "ai que" Mas
Vem cá, poderia ser tudo:
Wake, like that look Lucky
tarde tarde tarde

moça, se eu soubesse
o que estamos fazendo
me faltam palavras
me resta tudo

Soul nada

Chega um tempo... Não. não, chega.



Desculpe, mas preciso abrir o jogo. Drummond não era triste, Fernando pessoa não era atormentado, poetas não são loucos. Chega um tempo, um tempo de total sublimação. É isso. Viver não é correr atrás da felicidade, eu sempre soube disso. Viver... é. Sentimentos, todos, são lindos. Viver verdadeiramente não é algo profundo. Viver simplesmente é.
Chega um tempo, para muitos, deve chegar sim um tempo de arrependimento e é claro, nos colhemos o que plantamos. Me arrependo de algo? Não, porém já machuquei tanta gente sem querer que senti como se tivesse cortando a mim. Mas a ferida estanca no tempo dela, as coisas passam e a gente percebe que o que aconteceu se tornou em mais um degrau da escada onde queremos chegar.
A vida é curta, breve. Hoje não temos mais tempo para contar histórias, como faziam nossos pais, quando não existia Tv nem celulares. Hoje, pelo menos próximo a mim encontrar um violeiro é como achar uma agulha no palheiro. Mas eu me recordo do meu passado, me recordo das rodas, das sopas, do ajeitar-se 15 em uma casa feita de saibro e estrutura de bambu.
Fosse minha avó dizendo, feliz ou triste pra tudo se dá um jeito.

Piscando



Avistei uma estrela
cadente
        agora
Já não interessa o certo
ando preferindo o duvidoso
que me deixa mais curioso
não fosse pela pobre rima
encima
            A vida
Mais leve
               Pressente

PENA



quando nasci, um anjo torto
disse tudo cheio de si:
vai sofrer na vida.

coisa besta de dizer
pra quem vê as coisas no avesso

Eu moleque travesso soltei pipa
joguei pião rodei borquinha
cacei Minas pedras puras e touros
por não saber minha sina

Então ele disse, não vai dizer
que tudo é barulho
é claro que não
ser feliz é contra a razão

quando eu nasci
não havia sombra
não haviam ruas
o relógio era o sol e a lua
havia saudade
e ela insiste

Clayton Pires

Lagarta


Na teoria reversa
Quando você se expressa
Com grito, a palavra
Existe
          Avessa e o número 3
Faz sucesso, mas não se mostra
Pois no teclado, ele não consegue
Virar do avesso
Porém, a intenção continua
ACESA

Yellowstones and blues
Fly

Buter

ENGRAÇADINHO



para teu desgosto
devo interferir no discurso:

meu caro, eu não vim até aqui
contando milha por milha
pedindo café e bebendo água
agradecendo a cada gota de chuva
em meu rosto e cada raio de luz
em meu lombo, para tu bateres
no peito a dizer: 'POETA BOM
É POETA MORTO.' pera lá,
mais respeito aos seres
que ainda estão por vir

enquanto te afundas no limbo
das técnicas gramaticais, eu bato
no teu ombro, tá lindo! meu amigo
mas o que eu gostaria de dizer
é que não há sentimento

quando não se tem o que intuir
e por enquanto ficamos por isso
para a plateia não ficar no "deixa
disso" eu te digo sorrindo
poeta bom é poeta solto!

Quero um poema



QUERO! ENTENDEU?
há muito tempo esse sentimento
não me toma. EU QUERO AGORA
como uma criança que enfia
o dedo na tomada e não tem noção
do perigo. Mim dá um poema agora
MÃE, café com açúcar, bem docinho
Eu prometo ouvi-la bem baixinho
Eu juro juro juro de pé junto
Que é só esse poema

(Dedos  e mãos expostos
porém pernas cruzadas)

Agora eu fico aqui, perdido
Assim que eu quero ficar
Dentro dessas palavras
Do teu cais... Esqueço dos meus ais
e venero os meus aos

Sem muita alegoria,
a poesia me revigora
Enquanto pensas que tudo tem que ter sentido
E inteligência

Eu não sou aquele que pensa,
Sou aquele que faz.

Fiz um docinho



Vai açúcar e um monte
de ingredientes, chamo
de segredinho. Experimente
por na boca e mastigar
devagarinho. Vais pensar
que é chiclé, eu chamo
de esticadinho. É um doce
diferente, pela intenção
você masca, se tiver coragem
vai para o estômago e pensamento
-bom- tudo funciona lentamente

Vamos para a parte que interessa
hoje é dia de festa, olhei pela fresta
do meu coração e lá estava tu
e tudo, tudo que eu esperava
em contrição. Coisa chata:
contrição. Palavra é assim que
deveria estar. Mas enfim,
Estavas lá, tudo tudo em torno
das coisas, o sol, arbol, arco íris
e dentro da tua íris, meu amor.

do que mesmo estavamos falando?
segredinhos

CARPE DIEM



Há sempre um momento
exato de colheita
Já não existe mais tempo
para plantio, não existe mais
rua estreita, vaso vazio

Hoje tudo se preenche
tudo movimenta tudo aprende
instantâneamente

Rosto fixado numa tela branca
procurando o que a tela não enche
o agora, sempre o agora
Destrutivel agora

a nossa frente, em nossas mãos
a colheita

Ciclos



A vida é tão bela
por ela me mantenho
em movimento

olhando no horizonte
as pontes, os filmes
meu firmamento

as lembranças
as andanças
asas brancas

de um eterno
aprendiz
do que é etéreo

a vida, tão frágil
e pequenininha
sorri, na palma
de minhas mãos

são ciclos,
uma dança,
uma concha

que vibra
e ecoa

a vida sem
pre

Milonga


Dança
Dança apenas
uma dança apenas
para agradecer:
valeu a pena.

canta
canta e não se cansa
das andanças 
o rito: esperança

se conhecer apenas
labirintos
O lugar

Escuridão

noite longa

Se as estrelas falassem



Já imaginou?
Tudo aquilo que você faz
fora do teto da sua casa
 já imaginou que as estrelas
Não se apagam?

Talvez você tenha se apegado
a essa "coisa" que se chama de noite
Tanto que você não sabe se isso é prosa
Ou poema. Tanto faz tanto fiz
a linguagem é poética

Já imaginou? Você olhando para o céu
em plena luz do dia, estrelas, estrelas e mais estrelas, você está vendo
e não tomou nenhum remedinho
Não precisou de psiquiatra, não está vendo "bichos feios" não está
louco. Isso é pouco:

Já imaginou que a palavra consiste
Insiste em dizer, ferir, ferir ferir
deixar triste. Desiste
o muito que você sabe é nada.

Já imaginou? Boca fechada
dedo em riste, concentração
estrela nem existe.

Improviso



Sessão descarrego
Você sempre suspeito
No fio da batalha
Mas nunca foi preso
Carpe Diem o passado insiste
A inveja existe e não desiste
Sangue sangue ferve nas veias
Aponta sempre os que sugam
Mas não Mata, nenhum babaca
Que vive como barata comendo restos
de esgoto
Na espreita
E tu continua caminhando
Rua estreita, o mundo é um trem
E você armado
O mal vem o tempo todo
Eu estou preparado

Prova



2+2 é três eu sei que é
pela forma que se vê
isso nem é matemática
é lógica

imagina
mil anos para provar que
180°graus é meia lua
para mim 369° é um círculo
comprovar? desisto

2+2 é 3
eu digo pelo cheiro
e pelo exercício
eu contigo
somos únicos

nada mais

Resistência


Não é arte
tudo faz parte
do que bate
contra a maré

É questão de amar
cada minuto
com a certeza
que tudo vai acabar

é saber que a vida
é um curta
e numa pequena disputa

você perde
o que mais valioso
havia, ave
dignidade

Santa espera
senta, suas preces
sejam ouvidas

o tempo é agora
e amanhã
a continuidade

precisa

não sou poeta



já vi tantos poetas
e tantos versos por aí
cada dia mais aprendo
que não sou poeta

poetas versejam a vida
a beleza de ser âncora
e cais, ser vela em vendaval

quem sou? qualquer coisa
menos poeta. Te explico
o motivo dos meus ais:

cortei algumas frases
para chamar de versos
tudo isso para ser perverso
dizer-te coisas que poetas
não tem coragem de dizer:
na ponta da língua,
no meio dos meus dedos
é bem simples
eu te amo!
bem baixinho
para os poetas
as palavras pesam mais

Filhos, melhor não tê-los"


Mãe, a louca que aceitou receber essa missão. Pai o trouxa que vai ajuda-la a moldar esse serzinho que veio ao mundo. Vida: essa coisa que nos empurra de forma tão assustadora que, de repente: cinquenta anos, 60 anos, avó/avô e...o recomeço. A intenção de fazer para o filho do filho o que não fizemos para nosso filho: redimir.

Nós seres humanos, somos tão bobos e é bom que seja assim, coração mole.

Muitas vezes pessoas me pegam para dizer coisas, dar conselhos ou usar do argumento que falo muito de si. A verdade é que a única coisa que sei é conheço bem na vida sou eu. As outras coisas admiro ou vomito.

A vida é simples, aprendi com os jornais a puxar manchetes a partir de uma frase de impacto. O texto? Pouco importa, todo mundo escreve, todo mundo é capaz de escrever.

Orgulho da mamãe, que bom que somos. E eu me lembro de cada conquista minha e a alegria de minha veia ao falar com as amigas dela.

Dos que estão aqui e estão vivos... Quem não?

Diz que me disse



Benquerer ou malquerer
Qual metáfora usaremos?
Deve haver uma temperança

Falaremos que desgraça
acontece no meio termo,
no que não se arrisca?

Fica a dica

A sorte existe,
Mas ela vive
Lado a lado
Com o trabalho
Do que insiste

Azar? Deve ser
transitivo
daquele que tem asa
mas não voa
arrazoa

Sexta



Hoje é dia de festa
de comer tudo que presta
beber e não cair

Usar tudo que aprendi
durante os outros dias
da semana. Tirar o atraso
fazer coisas indubitáveis

Sem grana. Entrar na festa
do João Neto na fazenda
do alto da lua na rua da felicidade eterna
Viu só? Uma imagem
na sua cabeça

Hoje é dia de dança,
Bailar até cansar
menina, nos seus cabelos
fazer trança

sob a noite clara
esquecer nossos nomes
nosso rumo
nosso passado

Lembrar  desse pretexto
é sexta sempre que te vejo
é para isso que me preparo
enquanto desfaço em nós

é sexta e ao seu lado apenas
do seu lado
meu coração é des-perto

AUTO LÁ


são sempre sinais
vistos sobre outro prisma
feitos por outro alguém

é sempre um pedido
fumaça feita em uma ilha
fogo que mantém o amanhã

um avião passa bem alto
atravessa nuvens e vê algo novo
Beira mar
Ourizonte
o errado sendo certo
o avião segue o fluxo dos ventos
Fosse paixão diria:
Viva nós -mas não-
Vivatú!

Gato



Folgado
Triste ou traste
Sua presença é sempre mais
Ronrona no meu peito
é o seu jeito
[Gato preto]

agora pede
Comida!
faz birra ou brinca
-em cima do muro-
Seja um ou vinte
cada cor

nos seus olhos
um espírito
Contraste

Legalmente



Sou assim porque nasci
Repito: é meu dilema
usar palavra como apito
Trocar o dito pelo dito
é o esquema, pois se pra ti
A verdade dói, porém a mim
ela faz labirinto. E é do vazio
Que m se alimenta
A alma, inventa como gata
No cio sempre algum esquema
Um novo ciclo um outro cio

 Por outro lado é meu prisma
e é só meu, é um meu ritmo
meu espírito que se cria
-ou, pelo menos tenta- narciso
um novo fio, a cada pena

remoe tudo que existe, faz cena
Pra dizer que o que há fora
Já insiste no poema
Legacity! do jeito que eu gosto
Brasileiro que sou
Vira lata e prepotente
Que na calçada da fama
Persiste

Bêbado,
louco, atormentado
Chato!

Voltamos para aquele antebrema
um novo ciclo que -por favor- flua
Se hoje sei, realmente dont say.

Condição



Hoje estou triste
Triste de dar medo
o mundo pra mim não tem mais segredo

Em tudo que existe,
toda porta que insiste
Eu abro os olhos e grito

NÃO

Eu não acredito
que a felicidade
existe e é uma pipa
nas mãos de uma criança
que está prestes a vê-la
avuar

Arrebol



no parque
você balança ao sol
enquanto se divertem
os corações {a sós}

Amanhece



E tudo que sei
Não sou. Estou

Há uma luz forte em meus olhos
não sei o nome
clareia, agita, aquece
bate nas ondas da praia
eu não sei o nome

Sei que essa luz acaba
num período que não sei muito bem
Contar o seu período

meu corpo gosta
Se acostuma
 mesmo sabendo que queima
Essa luz que ele precisa

Acaba. Agora escuro
A luz permanece movimentando-se
não esquenta, não aquece
 aponta sempre uma direção
É luz também mas é fria

É o dia em que não sei
essa luz que aponta
não aponta mais,
não amanhece
 nem reluz

E as palavras,
 as concordâncias gramáticais,
 a semântica
Já não importam mais
Tudo é silêncio
Quase que imperceptível

CISMA



é mais do mesmo
mãos dispostas a esmo

Iniciar o jogo prevendo a derrota
olhar para o outro em sinal de desprezo

Estimas? Não.
acreditas que tudo
te apurrinhas.

Um embrulho das tuas mãos
para dentro do estômago

te acostumas com esta comida
amarga e te tornas uma alma nociva

acreditas apenas no que acreditas
tudo é terrível, é péssimo
é ridículo

Só não consegues pensar
em olhar por outro prisma

Desejo


Quebram-se os feitiços
Sob o olhar de uma gata

Desde então e agora
6 olhos em torno de uma caixa
Poderiam ser 12- o efeito -
o mesmo. O mundo lá fora
Já não tem males nem trapaças
Agora homem não sabe mais

nus no quarto, a vitrola toca
a última canção de amor
Pandora fecha a caixa e adora

VITRINE



É assim que os vejo
em manequins
bem vestidos
fazendo pedidos
a querubins

eles sonham os sonhos
dos deuses, e estes
em suas redomas
escondem segredos
como se fosse únicos
os seus desejos

fazem os não pensar(...)
 -Manequins- não tem
esse poder, nem direito
apenas o dever de estar

Aos meus olhos
tudo é visto
apenas de um jeito

o não e sem vida
assistimos relampejos

o sim e tudo revive
no lastro de um beijo

sem duo, o infinito
que maldade há de existir
nos desejos?

Fagulha



É julho e já me esqueci
das promessas de junho
porém te assopro um riso frouxo
no rosto e é só o que temos

A graça do olhar,
as mãos congeladas,
a certeza de que tá frio
pegamos ambos varetas
para riscar o que restou
do passado. Brasa, cinzas

 o fluxo dos ventos que assopra
nossos rostos, e os poemas
em minhas mãos. Convido-a
Para entrar -uma xícara de chá
de hortelã- e na vitrola um disco
de johann Sebastian bach. Ar, graça
a criança que voa no seu sorriso
dança,
pulsa
meu coração então sonha eterniza-la
numa garrafa de vinho

Ah amor!



Há muita coisa lá fora
como dizem os poetas
preciso esperar a aurora
não viver os tempos de outrora

Nosso tempo é agora
E agora agora estamos tão distantes
soubesse eu disso antes
não a deixaria ir embora

Ah, do que mesmo estávamos falando?
Muso e musa? Pegue o isqueiro
acenda um charuto
cheiro ficou em minha blusa

desde então nunca mais escrevi
outra música.

Contrato



Te dou a dica:
por amor só por amor
você fica
e deixa pra trás
as cartas, os desamores
desafetos, os maltratos

entenda que isso é isso
assina o combinado
-grita- SOU LIVRE

agora

 esquece os anseios
os meios, os pedidos
-perdidos- e veja:

O teto, o abrigo
os abraços amigos
os passos, lado a lado
arroz feijão no prato

desculpe o tom
Autoritário:
agradece.

Laico



dos meios do coração
sou sujeito
e sambo do seu jeito
e como for o ritmo
eu sigo mesmo
aprendiz dos instantes
faço dos nossos passos
um motivo

no final do baile
depois da dança
dencansa
é somente o preço
 da esperança

o futuro
 não sabemos

Se me vires
de longe um trem
no alto do morro

Só corre

Meu bem.

ESCONDIDINHO



Te amo apenas pelo som que ecoa a junção das sílabas te amo por saber que nessa linha de raciocínio não faria a menor diferença um t-amo sem o E é esse efeito que me causas os versos fluindo sem nenhuma intenção maior apenas sendo e mais nada. entender? Não apenas chamo o teu nome meu amor amor que amo como uma criança que se esconde atrás da porta e fica olhando de cantinho. "Eu sou poeta eu sou? Qualquer resposta verdadeira E poderei ama-lo" Adélia Prado

com licença poética


divisão falha
mãos entrelaçadas
dois+dois=aum

diferença?
minha vida
jaéstu(!)