29 de agosto de 2010

Para renovar o encanto



preciso de flores que lembrem o céu
azuis, amarelas, alaranjadas.
preciso vê-las.

essas horas o toque nada diz.
a frieza da distância
só gera angústia.

eu que sempre fui estátua,
observo o espaço
onde a dor se guarda.

não quero palavras
(essas malditas vistas
um dia vão me matar)

essa ânsia de estar-se vazio
essa vontade de ser, existir
e ser querido.

queria um espelho
dois olhos, o encanto
e a segurança que o mundo
não é ilusão.

Clayton Pires