16 de junho de 2010

Não sentir

Ultimamente não vejo nada. nem a boca entreaberta pedindo pra saciar a estranheza da alma, nem o sorriso trêmulo da insegurança da mulher apaixonada.

Não sinto, não choro, não... não vivo com a segurança da morte. à se ela quiser que me leve, mas me leve para o lugar desconhecido.

Não quero que seja o céu, pois este foi criado aqui no mundo. Nem me jogue nas falsas águas quentes de vulcões, pois não quero a minha carne derretida.

Estou no momento cansado, já tive várias visões e sonhos, já tive carros e casas.

E o mesmo parto que meus pais viram e sorriram eu vi e não suportei as lágrimas.

Acabou que os ossos desgastaram, e os olhos já ficaram fracos para falar. e se existe algum final, outro, o que eu não espere, como tantos outros.

Espero que este me leve, de novo. não espero saber aonde. só espero que essa saudade acabe.

Metamorfose

A borboleta
ouviu anjos
chamando sua luz

abriu as asas
fechou os olhos
e caiu morta.

Clayton Pires