13 de janeiro de 2014

Às traças



Primeiramente me desculpe
Meu bem, se eu já me esqueci
Como se faz um poema
Como já diz o dilema
Em roda de samba
Quem perde a lenha
Que invente a letra
E desça o morro pra cantar
Com os bambas:
Por hora me desculpe meu amor
É que por enquanto no copo
De gole em gole me esqueço
Do encanto, de seus risos
E seus cantos e meus tropeços
Não me canso:
Sou atentado na rima e no avanço
Já estou contente e em meu passo
Sinto mais leve em seus passos
e me enlouqueço no ônibus que passa.
 Meu bem, me perdoe
se por último nos dissemos
de acertos e perdas
Se eu já nem lembro
De quando começamos

Se eu só sei do agora
e por enquanto
Que de súbito me lembrei
De você e no entanto
Me entrego a mais uma taça

E agora, como vou embora
se nem aomenos te escrever
uma carta ilusória?