11 de novembro de 2015

Resiliência


Ver o mundo como uma paisagem em relevo
Ouvir ruídos ventania na janela
Apenas observar o verbo em silêncio
Pois o dedo em riste arrisca afrontar o universo
E ateia, inconseqüente, cometas velozes no espaço
Que se chocam sempre em terreno frágil.
Ver a vida como uma paisagem e relevar
Cada folha deixada para trás,
Pois tudo que destrói se renova e apaga
o que não resiste na memória.
Dar prioridade ao ser humano, atento aos seus meios, cada passo e fins
Buscando respeitar o tempo de cada um.
Aproveitar toda matéria que lhe cabe mãos.
Somar todo terreno que a vista alcança
Tendo a certeza da distância que a lança aponta num coração em perigo.
Valorizar o que é ingênuo e tranquilo
O que não teme nem assume
O que sente fome e transforma em oportunidade o que é perdido.
O que se ajoelha para agradecer o momento em oração.

Clayton Pires