27 de fevereiro de 2012

Uma Réplica de José

Uma réplica de José

José, olhe José:

Não é uma estátua.

José, estás tão longe

E as vistas tão turvas.


Se olhasses mais perto

José, o que vês, não é o mesmo

Ponto de Maria, a dor dela

É indiferente, José.


José, as tuas contas,

Os inventários, José

de tua casa, do sistema

Já conheces o terço.



José, teus planos,

Juntaste os panos,

Tua mulher é forte José!

Teus filhos crescem.


José e a tua labuta

Teu nome, teu trabalho

José, Teus meandros -

És reconhecido, José?


Hoje, tens febre interna.

Mas amanhã terás novas.

José, pensas no exterior:

E teus amigos, José?



No meio da praça pública

Conheceste um mendigo,

Pediu-lhe pão e abrigo

e ofereceu-lhe um sorriso

trocado como gratidão.



José, as aulas começaram,

Carnaval já passou, mas

A banda ainda passa.

É tempo de mudança.


O mapa astrológico diz:

Tudo irá bem José!

José, para tua sorte,

O governo promete.


Leia mais jornal, José

José, estude as oportunidades

José, teu carro novo, batido

O outro, fugiu.

Podias morrer José!



José, o hospital cheio

Os médicos ocupados

O Brasil está doente.

Não te desespere José!

Estás ferido, Mas

não perdeste a guerra

Pensas em teus filhos?

Pensas, ó Deus?


José, espere José,

Ainda não é tempo

Não feche os olhos

José, espere!

A noite acabou.


Clayton Pires