26 de janeiro de 2011

Em verso livre


Se um dia fizer um livro,
abusarei de um romantismo exacerbado
de quem fala-fala e não faz.
Não esculpirei em nenhuma pedra
meu nome – o poeta – que conhece
nos dicionários, todas as palavras bonitas
e não sabe usá-las.
Falarei as coisas sem sentido,
como o costume de tomar café gelado
no meio da tarde.
E se um dia a princesa do baile
chegar a perguntar:
'Ei, você, que está ai no canto,
a que veio?'
Direi nada.
Afinal a vida não é uma historinha
Pré-explicada.