18 de junho de 2012

Vaidade



Quero lhe mostrar o teu valor
e neste momento não brinco
Brincamos, e ponho à prova
Teus vestidos ao mundo:
Todos se acabam.

Não falo de brincos e cosméticos
Me ponho aos pés de teu ouvido
E nos vejo na alameda, na alameda
Onde ficamos, no parque
Todos se perguntam a tua elegância
e não são apetrechos que olham:
Vêem crianças ainda sentadas.

Somos nós já velhos
Cheios de areia nos vãos das mãos
Areias não, o tempo.

Continuamos como antes
Nossos olhos valorosos
erguendo castelos de areia

infinitos

Clayton Pires

Alheio



Faço um verso furta-cor
E vejo: espadas cortam flores
No ar. Não espadachins
Voam despedaçadas folhas

Me abro, era escuro falho
minhas mãos na lama
Esperando. Alucinações.
um vaso de barro transforma,
Se importa é o meu coração.

Dentro é o antes, disperso
Se toca, eu falo.

Clayton Pires