Não há poesia em mim
E nem neste andarilho lunático
Que se perdeu entre as tantas
Das incontáveis voltas que a vida dá.
Claro que não sou poeta
Não sei cantarolar a língua de anjos.
Nem preparar a poção mágica
Das coisas que falam de amor.
Simplesmente nasci assim
Birrento e com olhar de anjo
Cegado por luz de holofote
Ansiado por saber de um mundo novo
Mas isso não causou poesia em mim
Pois jamais toquei as flores eternas
E nem me sentei ao lado da lua
Portanto só me caberia terminar assim.
Vivendo no vale das sombras
Pranteando dolorosas saudades
De reencontrar a luz que um dia eu vi
E assim persistir e viver eternamente.
Porém as lâminas não me fizeram poeta
Os enganos se aprofundando me dilaceraram
Tornando-me vão oco e incompleto
Onde tento preencher as lacunas furtadas de mim.
Sô Creito & Véio China
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