1 de janeiro de 2014

Carta de Hiroshima

Carta de Hiroshima

É por minimo cuidado o que fazes.
Teu peito é um espaço gigantesco
Um terreno baldio, um espaço 
para gatos vadios ladrearem
sonhos nas palmas de tuas mãos 

vejo sempre granadas.
Que apertas tão delicadamente
Como fosse uma criança decidindo 
um futuro fim. 

E Sangra o teu gesto.

 Penso eu, que futuro?
Se agora não sentes controle
Nem mesmo do que há dentro de si.

Na tua cama, embaixo do travesseiro
Sei que guardas minha fotografia
Sei também que não sentes culpa
E que não há espaço para o que por

conseguinte, procuras.
Foi a tua vida toda um legado, matar.
Ódio é teu sentimento primário.
Matas por glória e o fogo que sentes prazer em atear

Não me atrai. Vejo tudo como um filme:

Há décadas nos desamamos
E eu ainda passo sombrinha
Embaixo dos braços
Em frente ao quartel
Pisando cascas de ovos

-Destroços de uma guerra feita
[por paz.

Hoje estamos bem, em nossas lembranças
Um dia éramos estranhos.

Olhe só!
Tomei até a liberdade de mudar o tom.
Te Lembras do rádio?
A 9° Sinfonia de beethoven ainda passa
Arredia em mim.
Veremos que era sim que devia ser.

A nós, as histórias que resistem.
e a você dedico mais um ano
para não morrer de culpa.

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