28 de dezembro de 2017

Simultâneo


Na janela a minha frente
há um monumento
em crescente
um belo monumento
um estrondoso monumento!
As vezes sinto medo
dos olhos que comparam
o grandioso espetáculo das aves
em todo fim de tarde
a um singelo fechar de olhos.
Nos quadros da sala
uma linha e a vida
que puxa e bate a porta
em compasso uma bússola
do tempo que pondera
as escolhas da gente
acerca dos sonhos e os tombos
do anoitecer
sentimento é pedra,
ciclos e repetições de cores
e a comparação da dor.
Neste momento,
o mundo é a coisa
mais insignificante
entre estes escombros
e filmes riscando o passado
nas paredes de um quarto frio
para o poeta
história é esconjuro
nos ouvidos, sinais
tentando abrir olhos,
afastando e silênciando
os sons das coisas.
nesta noite faço versos de luz
que me questionam
enquanto vejo no espelho
os planos de uma meretriz
servida em pedaços ao diabo.
(8/4/11)

Nenhum comentário: