24 de julho de 2011

Tardio

Tardio

faço de nossos laços sangue e escárnio,

e em minhas mãos imagens se destroem

seus olhares e seus risos – meu palácio –

que agora se esconde
entre muralhas
nuvens de fumaça

árvores e um Alerquim

já não são mais sonhos nem memória

nem fagulha nem cisco nem graça

pois da paixão arte de anjos e magos

o fracasso é um espelho entre caminhos

de areia movediça e lagos submissos

à estranheza de encontrar-se em pó.


sei da sensação de estar perdido

e de amá-la a ponto de no parque

um balanço azul no céu tornar-se tudo

enquanto nada aqui é sentido como risco,

não é preciso uma explicação maior

que o delírio de vê-la distante e fria

e me encontrar em desespero

ao ver o sol se pondo em minha carne

nesta ilha em que desfaleço desejos

em precipícios.

Clayton Pires

4 comentários:

Anônimo disse...

Clayton (ou será Creito?), não me canso de passar aqui e ficar lendo seus textos. Cara, acompanho a literatura (com ênfase na poesia) brasileira e te digo: vc é um poeta pronto. Só falta as pessoas conhecerem seu talento.
Posto sempre poemas seus no meu facebook e dou crédito, claro. rsrs.. As pessoas sempre pedem link do seu blog. Tenho 5 mil amigos no facebook e quero saber: posso postar o link do seu blog, no meu face?
abração e parabéns pelo talento e sensibilidade. Vc é raro, garoto. Raro. Parafraseando um amigo poeta: "A vc pertence esse mistério/ ser bem claro, mas ser raro/ como um fasvo de minério".
Carlos Brandão, de Goiânia

Anônimo disse...

desculpa. onde se lê fasvo, leia-se favo. rsrsrs... que falta faz uma revisão, né?
abração
Brandão

Gênero Humano disse...

parabéns!

maravilhosas suas poesias
passe se der no meu modesto blog
és de goiânia também?

Anita disse...

Esse me tirou o fôlego! Sabe um lance q me encanta nos poetas? A capacidade q eles tem de me revirar por dentro de expôr sem pedir licença e ainda assim eu gostar, tudo q é intimamente MEU. Vc conseguiu isso.