Tardio
faço de nossos laços sangue e escárnio,
e em minhas mãos imagens se destroem
seus olhares e seus risos – meu palácio –
que agora se esconde
entre muralhas
nuvens de fumaça
árvores e um Alerquim
já não são mais sonhos nem memória
nem fagulha nem cisco nem graça
pois da paixão arte de anjos e magos
o fracasso é um espelho entre caminhos
de areia movediça e lagos submissos
à estranheza de encontrar-se em pó.
sei da sensação de estar perdido
e de amá-la a ponto de no parque
um balanço azul no céu tornar-se tudo
enquanto nada aqui é sentido como risco,
não é preciso uma explicação maior
que o delírio de vê-la distante e fria
e me encontrar em desespero
ao ver o sol se pondo em minha carne
nesta ilha em que desfaleço desejos
em precipícios.
Clayton Pires
4 comentários:
Clayton (ou será Creito?), não me canso de passar aqui e ficar lendo seus textos. Cara, acompanho a literatura (com ênfase na poesia) brasileira e te digo: vc é um poeta pronto. Só falta as pessoas conhecerem seu talento.
Posto sempre poemas seus no meu facebook e dou crédito, claro. rsrs.. As pessoas sempre pedem link do seu blog. Tenho 5 mil amigos no facebook e quero saber: posso postar o link do seu blog, no meu face?
abração e parabéns pelo talento e sensibilidade. Vc é raro, garoto. Raro. Parafraseando um amigo poeta: "A vc pertence esse mistério/ ser bem claro, mas ser raro/ como um fasvo de minério".
Carlos Brandão, de Goiânia
desculpa. onde se lê fasvo, leia-se favo. rsrsrs... que falta faz uma revisão, né?
abração
Brandão
parabéns!
maravilhosas suas poesias
passe se der no meu modesto blog
és de goiânia também?
Esse me tirou o fôlego! Sabe um lance q me encanta nos poetas? A capacidade q eles tem de me revirar por dentro de expôr sem pedir licença e ainda assim eu gostar, tudo q é intimamente MEU. Vc conseguiu isso.
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