26 de junho de 2010

CARTA À MACABÉA

Saiba bem Macabéa,
não sou simples
nem ei de ser Príncipe.

tente me aceitar:
não lavo,não passo
nem comida faço
sobre seu traço
posso tentar...

não torço pra nenhum
mengo-mingo sei disso
ganho nenhum mango

torço pra São Paulo
crescer
de quarta, que
te levo num pra jantar
à luz de velas
contar estórias criadas
das mais velhas anedótas

(que noites diferentes
passem sobre nossas estreladas
janelas de monotonia)

te peço falante, Macabéa
sem discurso de errante:
cheia de defeitos e cansaço.
assim que te quero, pois
tenho medo de segredos
de nossos corpos imitados

te confesso um verso perfeito:
não assisto TV.
que com seu controle
não me meto,
na cozinha, no fogão, na pia

O que quero é garantir seu prazer
meu corpo é latente, carinhoso
e com cheiro marcante
(sem nada a cobrar.)

não me importam
suas voltas
e esquizofrenias - Quem diria,
Quem não as tem?
O que quero é o que nos convém:
uma boa companhia.

Clayton Pires

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